segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Fins de narrativas 4











É mesmo muito chato brincar sozinho, mas eu continuo pelo bem do meu bom humor e pelo estado de graça em que me encontro:

"Na manhã seguinte, a estação de Thionville estava coberta por uma névoa espessa. Uma multidão se acotovelava na plataforma; sorrisos, lágrimas, acenos agitados, lenços tremulando dentro e fora dos vagões, esperanças contidas, desejos findos e Paris como destino.
Jean-Louis pousou sua maleta no chão; duas mudas de roupa, dois livros, seu caderno de anotações e o retrado de Amélia Padou.  Retirou o bilhete de embarque do bolso do paletó, olha-o com cuidado: Thionville – Paris. Observou a multidão ao seu lado. “Insectes fous!”- balbuciou. Amélia viria? Perguntou-se.  O silvo do apito do guarda freios e o chiado forte dos pistões, aumentaram sua dúvida. Shiii! Vupf, vupf, vupf... Vapores intensos.
Pedaços rasgados do bilhete de embarque de Jean-Louis espalharam-se na plataforma, enquanto o trem desaparecia por entre a bruma daquela manhã cinza de Outubro de 1939."

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