domingo, 21 de setembro de 2008

O Ernesto me convidou...

Não foi o Ernesto, mas foi o Pedro Evangelista, grande Palmeirense, que de vez em quanto aparece por Itajaí, vindo da Paulicéia.

O amigo paulistano, quando da minha última viagem por Sampa, me convidou pra ir a um barzinho lá pelos lados da Lapa. Fazia um tempão que eu não ia pr’aquelas bandas. Claro que aceitei o convite do amigo. – Orra, Hélio, o boteco é incrível, meu! Cê vai gostar, eu prometo! Lá fomos.

O local, onde se situava o boteco, era repleto de barzinhos. – Isto aqui é um verdadeiro oásis! – pensei. O bar se chamava Bezerra. De cara, quando a gente chegou, vi projetado na parede de um sobrado em frente “As Panteras”! É, é esse seriado mesmo que vocês estão pensando, com a loira Farrah Fawcett.

O Bezerra tinha um toldo vinho protegendo as mesas em toda a extensão da calçada. A sua fachada era toda descascada, deixando à mostra os velhos tijolos maciços, típicos das construções antigas. Entramos e sentamos próximo à porta. Logo um moço, com mais ou menos uns 30 anos, veio ao nosso encontro. Percebi que ele e o Pedro eram conhecidos. - Maurício, esse aqui é um grande amigo meu lá de Itajaí! O Hélio. – Olá, Hélio. – Prazer Maurício. – Mauricio é o dono daqui do Bezerra. – disse Pedro, não demorando a pedir uma cerveja bem gelada para abrir os trabalhos.

Enquanto, esperávamos pela loirinha gelada, comentei sobre a projeção que saía do bar e ia parar na parede do sobrado do outro lado da rua. Achei a idéia muito doida. Até porque não se ouvia nada; apenas o visual. - Claro, isso é que é o barato da coisa! - pensei.

Finalmente, a bebida aterrissou em nosso campo de aviação e foi logo para dentro dos hangares sedentos. Sede apaziguada, comecei a notar outras coisas na decoração do bar: garrafas de refrigerantes que já não estão mais no mercado, como Seven-Up, Grapette, Crush etc; um móvel antigo, daqueles de guardar louça, dos tempos de nossas avós; ao lado dele, fazendo-lhe companhia, uma cristaleira, cujo interior guardava máquinas fotográficas, máquinas de escrever portáteis e outros badulaques de que agora não me lembro. Ah, em cima dela jazia uma velha TV portátil PB. Não me perguntem a marca que não saberia dizer. Aliás, o que não faltava pelos cantos do bar era TVs portáteis de diversas marcas e rádios.

O Pedro, vendo que eu estava ocupado em observar tudo à volta, resolveu fazer as vezes e pediu duas cachaças. Falou vários nomes até que se decidiu por uma tal de Boazinha, tesouro vindo lá das Minas Gerais. De Salinas, creio. E o Pedro continuou: pediu “Coxinhas do Chefe” para tira-gosto. Uma delicia, por sinal!

Mastiga daqui, dá um gole dali, e o Pedro chamou minha atenção para a escada, bem em minha frente. Embaixo dela, acompanhando os degraus, cédulas de Cruzeiro e Cruzado estavam penduradas por clipes em barbantes, como se fossem bandeirinhas de São João! - Que maravilha! - disse eu boquiaberto diante daquela miscelânea mais que pós-moderna.

Continuamos a beber e conversamos sobre muitas coisas, inclusive, sobre como gostaríamos de ter um barzinho que nem aquele, em Itajaí.

Ah, para quem quiser conferir, o endereço do Bezerra é Rua Coriolano, 778, Vila Romana, que é um bairro no distrito da Lapa.

7 comentários:

Anônimo disse...

que já ouvi essa história... né não?!... heehhhhe... também queria algo do tipo por aqui... queria... hummm... hahaahhahh

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Pois é, Camilinha, quem de são consciência não queria, hein? Hein?

Anônimo disse...

querido Helio,mais uma vez seus comentários forma maravilhosos..e pelo jeito já temos clientes em potencial na nossa querida Itajaí...
obrigado
Ernesto(pedro)

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Grande Pedro! Temos clientes sim, meu. Tudo é só uma questão de paciência tibetana, aliás, eles, os tibetanos, estão sem nenhuma, nesses últimos tempos...rss

Manda um abraço lá pro Maurício do Bezerra e fala que qualquer hora dessas eu pinto por lá travês!

Anônimo disse...

adorei o lugar!
pena que é meio fora de mão pra quem sai de itajaí heheheheh
mas quando eu for para sampa, tenho certeza que infelizmente não vou conhecer o bar, porque a gente sempre se bitola nos mesmo lugares quando não tem carro kkkkk

fica a vontade

abraçon!

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Itaenzo, é só dizer, que mandamos buscá-lo, rapá! rss

Xiii, vai ter mais gente querendo ir também!

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Está em cartaz no Cine Cubancheiro "Sid and Nancy", direção de Alex Cox. Com Gary Oldman, Chloe Webb. O filme é sobre os conflitos entre, Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols e sua namorada Nancy. Rola muita droga, sexo e rock punk!

Ah, quando abrir, aumente a telinha e boa "viagem", yeah!