segunda-feira, 9 de março de 2009

Seulement bons amis







SEULEMENT BONS AMIS

Laura entrava na Livraria Cultura da Galeria Nacional quando foi surpreendida, por trás, com duas mãos sobre os seus olhos: “Adivinha?” “Humm...” Ela apalpou o rosto de quem tentava surpreendê-la. “Humm... Definitivamente, um cara nada bonito!” “Poxa!” Hélio tirou as mãos dos olhos dela. “Tudo bem, Laura?” “Hélio! O que você faz por aqui, tão longe da cheia, quer dizer, de Itajaí?” “Estou tentando encontrar um editor pro meu segundo livro, mas não tá nada fácil.” “Esse mercado parece feito só pros eleitos.” “Mais que isso, parece que é preciso a gente escrever em inglês, ter nome esquisito, para ser reconhecido, ma chérie. - Ela gostava de ser chamada assim, pois vivera em Paris! - "O meu livro, O Suicida, eu tive que implorar para que as pessoas ficassem com ele de graça. As pessoas são mesmo umas falsas, Laura, para dizerem que o livro é bom, engraçado, que prende do início ao fim.” - Ele recebera muitos elogios dos amigos e parentes quando lançou o referido livro. - “Pois, é... E eu ando muito chateada. Nenhum de meus contos foi selecionado para a Revista da Cultura...” “Nem os meus!” “Acho que esse pessoal... Eles são muito exigentes, Hélio...” “Pois, é, eu acho também...” “Eu acho eles uns... boçais... Êpa, Hélio! Você colocou isso na minha fala! Assim, não vale! Não quis dizer “boçais”, eu quis dizer “metidos”... Não! De novo, Hélio!” “O que foi?! Não fiz nada!” “Pára com isso. Pára de colocar palavras na minha boca, seu...lindão. Pára! Eu não quis dizer lindão... Pára! Só por que está escrevendo este conto, acha que pode escrever o que quiser e falar por mim! Tchau!” “Laura!” Lá se foi Laura, chateada com Hélio. Enquanto caminhava, em câmera lenta, Laura olhou para trás, piscou o olho pra Hélio e mandou-lhe um beijinho! Ele ainda gritou: “Aurevoir, ma chérie! Hélio sabia: que, quando Laura abrisse o site da Cultura e lesse este conto, iria ficar danada da vida, mesmo estando a admirar o pôr-do-sol magnífico lá de sua varanda, em Natal.



(Este conto foi postado em 15/12/2008 no Contos da Cultura, cujo conteúdo, foi uma brincadeira com a minha querida amiga Laura Diz do blog Caminhar)

6 comentários:

Anônimo disse...

que maravilha!!

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Pára com ilso, deixa dilso, nêgo!

Anônimo disse...

Hehehehe, adorável brincadeira, imagino Laura sorrindo feliz.

lindo dia
beijos

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Com a palavra dona Laura! Diz (!) Laura!

Laura_Diz disse...

Eu já conhecia... vc não vale nada, colocou palavras em minha bocaaaaaaaaaaa
:)
rapaz, que raiva desta Cultura, nunca mais fui lá, acho que fiquei com abuso- aqui é o mesmo que enojada.
E vc é lindão, é? não me comprometa...:)
Bjs e merci, Laura

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Vc sabe, né... heheheh

Pore que vc não posta alguns dos seus como por exemplo: Holofote, Não sabia, Um certo Frederico entre outros tantos que vc postou no Contos da Cultura? Eu, aos poucos, vou postanto os meus aqui...

bjos