RICHARD, EMMA, RULDOPH, LÍGIA E OSVALDO
Richard estava ao lado de sua mulher Emma. Ela repousava tranqüila, deitada com a cabeça em seu colo. Segurando uma taça, sentado na cadeira de leitura, junto à janela, seu irmão Rudolph olhava direto pro céu, onde a luz do sol se esvaía lentamente.
"De tantos que me cortejaram, tu foste o único que me deste o verdadeiro amor, Richard. Lembro-me de quando tu recitavas para mim os poemas que Whitman compusera. Tão intensos aqueles versos... Ao ouvir-te, meu coração batia tão intensamente que pensava que iria saltar-me pela boca. Ah, Richard, quão lindo era o nosso amor juvenil!”
Richard olhava a parede do quarto fixamente. Parecia estar procurando algum defeito que nem os arquitetos e engenheiros seriam capazes de detectar.
“Doce Emma. Tão longe e tão perto. Sabes que não sossegarei enquanto não partires comigo. Tenho tudo arranjado. Um coche com quatro cavalos estará à nossa espera, próximo à casa da ponte. Sei que seremos felizes...”
Richard olhou para Emma e depois para Rudolph. Lembrou-se dessas palavras, pronunciadas por ambos; as primeiras, de Emma, quando ainda eram adolescentes; as outras, anos depois, de Rudolph para Emma.
Essas falas que tilintavam em sua cabeça como os sinos das igrejas aos domingos, não impediram Richard de servir vinho aos dois.
Richard deitou a cabeça de Emma sobre o travesseiro. Soltou a mão dela que ele segurava. Fechou o frasco de Acônito que estava caído ao lado da taça de vinho de Emma. Olhou em direção a Rudolph, que permanecia olhando para o céu. Em seguida, Richard deixou o quarto onde, poucos minutos antes, encontrara os dois amantes, agora apenas dois corpos inertes sem vida, graças à ação do competente veneno no vinho.
Lígia fechou o livro que comprara na Livraria Cultura, e falou para o marido: - Valdo, amanhã que tal bebermos um vinhozinho, querido? Em seguida, ela apagou a luz. Uma lágrima teimava em se equilibrar no canto do olho. Lígia enxugou-a e dormiu com um leve sorriso no rosto.
(Este foi mais outro conto postado nos Contos da Cultura)
4 comentários:
porra Helinho, porra Helinho....achei que viria um peido - ops piada - do Richard nesse final..... hauuhaahuahuahuahu
Abraço meu querido!!
Saudades de tu!!!!!!!!!!!!!!
uma especie de Terezinha de Jesus...
filipei damov
heheh! Gaiatos!
Me manda um email. Perdi o teu.
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