quinta-feira, 12 de março de 2009

Casablanca - Parte III

























CASABLANCA - PARTE III

Clodoaldo gostava de assistir um filminho antigo; tarde da noite. Alugou Casablanca. Sua mulher, Jurema, havia preparado uma comidinha especial pros dois...

...Rick, acompanhado do oficial francês Louis Renault, tinha acabado de sair em direção ao aeroporto, para levar Ilsa Lund e Victor Laszlo ao avião que os levaria a Lisboa...

Tudo começara anos antes, em Paris. Eles tinham se apaixonado perdidamente um pelo outro. Rick adorava sair e passear pelos cafés de Paris. Ah, Paris! Cidade dos amantes; das luzes...

Infelizmente, a guerra chegara à cidade. Os alemães estavam a poucos quilômetros! Os dois estavam ali completamente apaixonados, mas, em vez de fugir de Paris com Rick, o seu amor mandara-lhe um bilhete de despedida na plataforma do trem...

Os anos se passaram e Rick não viu mais a sua paixão. Fora para Casablanca e abrira o Rick’s, “o lugar onde todos se encontram”. Sam, o músico do bar, fora proibido de tocar a música que eles mais gostavam. Rick tornara-se um homem cínico...

Rick estava indo pro aeroporto de posse do salvo-conduto. Iria embora também de Casablanca com seu amor? Ninguém sabia.

Após dar cabo do comandante alemão Heinrich Strasser, deu o visto pra Ilsa e viu seu grande amor indo embora mais uma vez e, quem sabe, para sempre. Rick juntou-se ao oficial francês e, antes deles entrarem no avião, exclamou:

- Laslo, eu te amo! Ei, Ilsa, cuida dele pra mim, tá?!

Segurou a mão de Renault e quando já iam embora, no meio do nevoeiro, gritou:

- Ah, não se esqueça de passar na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, e comprar para mim “O Doce Veneno do Escorpião!”...

Clodoaldo acordou-se assustado, suando pra danar! Havia tido um pesadelo! Cutucou a mulher e disse: “Jurema, num dá mais pra assistir filme tarde da noite comendo feijoada, nêga!

Clodoaldo bebeu um efervescente e voltou a dormir o sono dos justos. Prometera assistir ao filme outra vez, mas só que acompanhado de umas pipoquinhas, de leve.


( Mais outro conto postado no Contos da Cultura. Uma observação quanto ao título: outro autor havia postado um conto com o título Casablanca - Parte II, fazendo uma homenagem ao grande filme, só que uma homenagem bem comportada, diferente desta, claro.)

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