domingo, 4 de janeiro de 2009

O melhor dele


O MELHOR DELE

Um café servido com biscoitinhos franceses. O trânsito lá fora estava calmo; um carro ou outro. Nuvens, quase nenhuma. A janela frontal a sala estava escancarada. Um ventinho ameno soprava. Era uma brisa, na verdade. As duas amigas sentadas à mesa da cozinha a confabular coisas que só as mulheres podem entender.


- Eu sei que ele já tinha uma transa com você...

- Mas eu sempre disse a ele pra lhe contar...

- O safado continuou a nos enganar... No fundo, acho que queríamos que ele fizesse isso, né mesmo?

- Você tem razão. Diga-me lá, qual a parte dele que você mais gostava?

- Humm...das mãos.

- Das mãos?

- Sim. Elas eram tão macias, bem delineadas, quase perfeitas.

- O resto dele não se aproveitava nada.

- Então tá. Você fica com elas, que eu fico com os olhos. Eu os adorava. Olho só, vê se eu não tenho razão...

- É, mas vê se coloca mais formol neles. Acho que tem pouco.

- Tá. O que é que você vai fazer amanhã à tarde?

- Nada, a princípio.

- Que tal um chá às 4 horas?

- Combinado.

4 comentários:

Anônimo disse...

amei a capa do novo!
soturna e elegante.
abraçon!

Hélio Jorge Cordeiro disse...

valeu, poeta! os nossos editores devem estar tirando férias, juntos, em Bali, né não?

Ah, não sei se deu pra ler o título...chama-se "Malvadeza Durão".

Rubens da Cunha disse...

belo conto revelador da alma feminina, e da masculina também, afinal a tolice perpassa os defuntos homens :))

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Foi o que pensei quando escrevi, Rubens... Será?! Hummm...