
COMO UM CARA QUE TRABALHAVA COM LEE
ME FEZ CONHECER PHILIP MORRIS
Foi numa tarde cinzenta de Junho, nos arredores do velho Recife. A noite chegava sorrateira, cheia de surpresas. Tinha eu meus 17 anos mal feitos. Não sabia tudo que eu sei hoje, claro, era apenas um jovem curioso à procura de aventura e diversão fácil. Além disso, camuflar a minha situação de moço pobre, me exibindo além do que minhas posses permitiam.
Pelas ruas, as meretrizes já se faziam ver por quem por ali trafegava. Garbosas, rebolando seus traseiros e fazendo reluzir seus lábios carmins, sob as amareladas lâmpadas dos postes de ferro fundido, que ladeavam as estreitas calçadas de pedras portuguesas. Os rufiões e gigolôs confabulavam nas esquinas sobre suas aventuras pueris, enquanto os embarcadiços vomitavam bravatas sobre suas experiências pelos sete mares. Batedores de carteiras e vigaristas espreitavam atentos, nos becos, a espera de suas vitimas para golpeá-las. A noite no velho Recife prometia.
Numa ruazinha estreita, da qual agora não lembro o nome e por onde passavam os bondes vindos do bairro de Santo Antônio, havia uma pequena loja, onde se vendia de tudo: anéis de latão; brincos de arame cromado; perfume barato; balinhas e chocolates dos mais diversos sabores, mas nada disso tinha a ver com o principal negócio do nano estabelecimento. Tudo que ali se vendia, era apenas uma fachada. Por detrás das gavetas, todas falsas, diga-se de passagem, havia outros compartimentos, que armazenavam os produtos que, realmente, substanciavam o negócio do lugar.
Cheguei lá por intermédio de uma informação dada por um sujeito que trabalhava com Lee. Fui aconselhado a ir naquele lugar, porque era ali que eu iria encontrar Philip Morris.
Logo de cara, um rapaz aparentando uns 30 anos, me interpelou. Olhou-me de cima a baixo, escaneando-me por completo. Esbarrou em mim, com o pretexto de pegar alguma coisa, mas na verdade, queria saber se eu estava armado. Vendo que eu estava limpo, me perguntou qual era a parada. Eu então lhe disse que estava atrás de Philip Morris, por indicação de um cara que trabalhava com Lee. O moço voltou a olhar, desta vez para os lados, meio nervoso.
Havia muita tensão no ar. Por um momento, temi por minha segurança.
O rapaz abriu uma das gavetas e, em seguida, um compartimento por detrás dela. Pegou uma bela caixinha com tons de marrom e me entregou. Meus olhos brilharam de contentamento. Aquela seria a primeira vez que eu iria fumar um verdadeiro Philip Morris americano, graças ao cara que vendia calças Lee!
6 comentários:
Ô Helinho, ta muito massa teu blog!
Adorei os "caminhos". Tá divertido, dinamico, hummm.. tá.... cult...rsrsrs
Há, adorei tbem pq tá o link da Andante !
beiJÔ
Aê, Jô! Valeu pela visita, nêga! kisses!
vou abster-me de comentários relacionados a homônimos
filipei damov
adorei o causo de Pernabuco!!!
kkkkk
otemoooo
(e não consigo dormir por causa dos concursos literarios, mother fucker!)
abstenha-se Damov, tudo bem.
Potel, concursos literários é mesmo um bom remédio pra não dormir, quando não nos levam a loucura! rsss
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semelokertes marchimundui
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