segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Como um cara que trabalhava com Lee me fez conhecer Philip Morris























COMO UM CARA QUE TRABALHAVA COM LEE
ME FEZ CONHECER PHILIP MORRIS

Foi numa tarde cinzenta de Junho, nos arredores do velho Recife. A noite chegava sorrateira, cheia de surpresas. Tinha eu meus 17 anos mal feitos. Não sabia tudo que eu sei hoje, claro, era apenas um jovem curioso à procura de aventura e diversão fácil. Além disso, camuflar a minha situação de moço pobre, me exibindo além do que minhas posses permitiam.

Pelas ruas, as meretrizes já se faziam ver por quem por ali trafegava. Garbosas, rebolando seus traseiros e fazendo reluzir seus lábios carmins, sob as amareladas lâmpadas dos postes de ferro fundido, que ladeavam as estreitas calçadas de pedras portuguesas. Os rufiões e gigolôs confabulavam nas esquinas sobre suas aventuras pueris, enquanto os embarcadiços vomitavam bravatas sobre suas experiências pelos sete mares. Batedores de carteiras e vigaristas espreitavam atentos, nos becos, a espera de suas vitimas para golpeá-las. A noite no velho Recife prometia.

Numa ruazinha estreita, da qual agora não lembro o nome e por onde passavam os bondes vindos do bairro de Santo Antônio, havia uma pequena loja, onde se vendia de tudo: anéis de latão; brincos de arame cromado; perfume barato; balinhas e chocolates dos mais diversos sabores, mas nada disso tinha a ver com o principal negócio do nano estabelecimento. Tudo que ali se vendia, era apenas uma fachada. Por detrás das gavetas, todas falsas, diga-se de passagem, havia outros compartimentos, que armazenavam os produtos que, realmente, substanciavam o negócio do lugar.

Cheguei lá por intermédio de uma informação dada por um sujeito que trabalhava com Lee. Fui aconselhado a ir naquele lugar, porque era ali que eu iria encontrar Philip Morris.

Logo de cara, um rapaz aparentando uns 30 anos, me interpelou. Olhou-me de cima a baixo, escaneando-me por completo. Esbarrou em mim, com o pretexto de pegar alguma coisa, mas na verdade, queria saber se eu estava armado. Vendo que eu estava limpo, me perguntou qual era a parada. Eu então lhe disse que estava atrás de Philip Morris, por indicação de um cara que trabalhava com Lee. O moço voltou a olhar, desta vez para os lados, meio nervoso.

Havia muita tensão no ar. Por um momento, temi por minha segurança.

O rapaz abriu uma das gavetas e, em seguida, um compartimento por detrás dela. Pegou uma bela caixinha com tons de marrom e me entregou. Meus olhos brilharam de contentamento. Aquela seria a primeira vez que eu iria fumar um verdadeiro Philip Morris americano, graças ao cara que vendia calças Lee!

6 comentários:

Anônimo disse...

Ô Helinho, ta muito massa teu blog!
Adorei os "caminhos". Tá divertido, dinamico, hummm.. tá.... cult...rsrsrs
Há, adorei tbem pq tá o link da Andante !
beiJÔ

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Aê, Jô! Valeu pela visita, nêga! kisses!

Anônimo disse...

vou abster-me de comentários relacionados a homônimos

filipei damov

Anônimo disse...

adorei o causo de Pernabuco!!!
kkkkk
otemoooo

(e não consigo dormir por causa dos concursos literarios, mother fucker!)

Hélio Jorge Cordeiro disse...

abstenha-se Damov, tudo bem.

Potel, concursos literários é mesmo um bom remédio pra não dormir, quando não nos levam a loucura! rsss

Anônimo disse...

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