quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sentado esperando















SENTADO ESPERANDO


Ele estava sentado ali no meio da praça, num banquinho, esperando não sabia o quê.

Um vento, daqueles ventosos, vindo do nada, soprou. Soprou tanto, que levantou a batina do padre que saiu sabe Deus de onde. Depois foi embora, deixando apenas uma brisa.

Uma menina, usando óculos, brincava num balanço fixado ele não sabia como.

Eram quase seis horas e o sol teimava em não ir embora pra valer, ele não sabia por que.

Nuvens rosadas aglomeravam-se por detrás do edifício mais alto da cidade, construído ele não sabia pra quê e, muito menos, por quem.

O vento voltou mais forte, agora fazendo um pequeno redemoinho, levantando ninhos, folhas, papéis de balas e uma nota de dez!

“O que eu estou fazendo aqui, que não corro pra pegá-la?!” Aliás, de tanto esperar sentado, ele decidiu se levantar e correr atrás! Não lhe perguntem por quê, pois ele não saberia explicar o motivo de sua desesperação.

“Sim senhor, esta é mesmo uma bela nota de dez!”

O banquinho aonde ele permanecera por horas a fio, ficou sozinho. Aliás, sozinho ele se encontrava havia mais de cinqüenta anos! A sua idade.

O vento, que ventava, levantando tudo, de repente, parou de soprar. Outra vez, ele não saberia dizer o porquê de tanta calmaria.

A menina, usando óculos, foi embora deixando o balanço a balançar.

A noite chegou com as luzes da cidade.

Ele nunca pôde explicar o que acontecera com o vento, nem muito menos com a nota de dez que ele trazia guardada no bolso da algibeira. O que ele só sabia, realmente, era que estava sentado no banquinho, já fazia uma vida inteira.

5 comentários:

Anônimo disse...

Fodí já é uma lenda em Itajaí! Teve aquela exposição em Floripa, você não foi??

http://contodefacas.blogspot.com/2008/05/fod.html

olha, to trabalhando na livraria catarinense do shopping de bc e pego você no estoque todos os dias! hahaha
o suicida está lá!

abraçon!
(você devia ganhar prêmio pela rapidez com que eu posto um texto e você já acessa... parece faroeste, bang bang de blog! eu perderia!) kkkkk

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Pois é, eu não fui.

Esse suicida é mesmo um metido, né? Onde quer que vc vá, lá está o sem begônia (hehe), pra lhe fazer feliz! hehehe!

Vou aparecer por lá, como se fosse um intelectual conhecido e tal...rs

Num sei se sou mais rápido do que vc, mas o que sei é que um de nós pode ser baleado com a própria bala! hahaha!

abrazon

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Pessoal, eu havia postado um novo filme no Cine Cubancheiro, Telma and Louise, de Ridle Scott, contudo ao dar com o "release" da
3ªMostra Mundo Árabe de Cinema, onde consta uma citação sobre o documentário "Reel Bad Arabs- How Hollywood Vilifies a people", resolvi postar o filme. Ele foi baseado no livro, de mesmo título, de Jack G Shaheen, Professor, Emeritus Illinois. University.

Vale a pena assistir.

Caso abra para várias opções, escolha a com 50 minutos de duração!

Sandra Knoll disse...

Helinho,
lindo o post...não se sabe mesmo de onde as coisas vêm e pra que elas servem. Ontrem assiti " As três irmãs" lá em floripa...elas estiveram aqui pelo en Cena catarina e me emocionei muito. Essa poesia veio mexer um pouco mais na ferida que começava a cicatrizar.
Agora, vamos combinar....o Enzo Porta tem raazão: vc é The Flash noscomentários do Blog...caraca!!!!

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Helinho, o rapidinho!

Nã, nã, essa é uma alcunha que dispenso! hehehe!