sábado, 1 de agosto de 2009

A obra é minha e ninguém tasca






















A OBRA É MINHA E NINGUÉM TASCA

Recentemente, li um artigo do escritor e poeta pernambucano, Raimundo Carrero acerca da técnica que envolve a literatura. Nele, o artigo, Carrero defende a idéia da liberdade autoral para criação. Carrero afirma que: “ (...) ninguém manda na mão do criador” e acrescenta – “...o criador – continua e continuará tendo a absoluta liberdade para estabelecer o próprio caminho, conquistando novas posições, determinado e seguro. O artista estará sempre alerta para defender a sua liberdade e o seu destino de criador em absoluto, protegendo o direito de inventar, pessoal e intransferível, absorvendo os caminhos de outras artes, mas seguro de sua individualidade. Daí por que soa a sua voz de vencedor” - “A obra é minha ninguém tasca eu vi primeiro” - Palavra por Palavra - Rascunho 109

Por que eu estou transcrevendo parte desse artigo do Raimundo Carrero? Por dois motivos: o primeiro, pelo fato de que precisamos desmistificar o ato da criação. Todos, independentemente de idade, credo, cor, sexo, escolaridade etc., têm dentro de si a fagulha criativa; uns utilizam técnicas aprimoradas, adquiridas na academia, enquanto outros se utilizam do autodidatismo. Cada um tem a sua maneira de criar, seja nas atividades artísticas, seja no mais simples ato do seu dia a dia. O segundo motivo é que, outro dia, conversando com uma amiga (poeta e contista), discutimos sobre as possibilidades de diferentes técnicas para o desenvolvimento de nossos trabalhos. Sejam elas quais forem, só vai depender de nós, criadores, escolhermos qual se adéqua melhor a nossas escritas, de acordo com as necessidades de nossa história e de como ela se desenrolará. Os elementos poderão ser: aspas, travessão, ou mesmo uma forma como a que Saramago utiliza, ou seja, fazendo com que a fala do personagem se destaque em maiúscula, o que facilita a compreensão do texto, segundo Carrero.

Sendo assim, ainda acompanhando o raciocínio de Carrero, devemos estar livres para dar vida aos nossos personagens sem as amarras da técnica.

2 comentários:

Rubens da Cunha disse...

sei lá, considerar técnica como amarra, tenho cá minhas dúvidas.
acho q a técnica é mais uma parceira, uma enfermeira que te estende os instrumentos certos, o que vc vai fazer com eles é que faz com que o buraco seja mais embaixo :)
abraços

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Valeu Rubens! É isso aí! Deixenos fluir a criatividade primeiro, depois se pensa em organizar as ideias!

Obrigado, cara, por este valioso testemunho! E, olhem, vem de quem cria pra ca..., bom, é isso aí!