sábado, 26 de julho de 2008

O Dia em que Bob Dylan Morreu

Ei people, aqui vai mais um continho só pra não dizer que não ando fazendo nada na vida! Boa leitura!


O DIA EM QUE BOB DYLAN MORREU

Outro dia, passando por uma banquinha de revistas, me abriguei da chuva que caía forte e me lembrei de um velho amigo dos tempos de rapaz.

Enquanto esperava a chuva estiar, minha memória correu chão, atrás de um dia de aguaceiro como aquele, lá pelos anos 1969.

O meu amigo era mesmo uma figurinha, como se costuma dizer. Não só pelo seu físico, como pelas suas tiradas humorísticas. Não havia um dia em que ele não tivesse uma piada pronta para contar. Não eram piadas de papagaio, judeus ou de outros personagens que costumamos ouvir em rodinhas de conversa. Eram piadas sobre coisas da vida, como covardia, coração partido, doença terminal, cegueira e tinha até sobre unha encravada.

O danado é que ele mesmo as criava. Elas tinham graça? Eu digo não, não tinham, mas, para ele, tinham e muita, já que ele se acabava de tanto rir. Ele também era afeito a cantar. Cantava em inglês! É isso, mesmo, em in-glês! Até aí.... ele poderia ser conhecedor da língua de William Shakespeare, mas a verdade é que ele não sabia nada, nadica dessa língua. Ele inventava as palavras que, para os desavisados, se pareciam com inglês de verdade.

Era muito engraçado vê-lo cantar, principalmente as melodias de Bob Dylan. Aliás, ele se dizia parecido com o cantor norte-americano, porém o gajo não tinha nada em comum com o astro nascido em Duluth, Minnesota, a não ser por ser do sexo masculino e a semelhança entre os dois ficava por aí.

Como já disse, eu estava abrigado da chuva numa banquinha de revistas na noite do dia 17 de Junho de 69, quando ouvi o locutor do rádio anunciar que tinha havido um acidente de carro na rua onde eu morava, o qual tinha causado a morte de um jovem. Estava aflito para saber o nome do jovem, mas o desgraçado proprietário da banquinha de revistas mudara de estação logo no instante em que o locutor ia falar o nome da vítima. Fiquei desesperado e corri pro ponto de ônibus embaixo do chuvaréu.

Finalmente, cheguei à minha rua. A chuva continuava a castigar a cidade de norte a sul e de leste a oeste.

Quando passei pela casa de Dona Etelvina, um grupo de pessoas se aglomerava no terraço. Isso me chamou a atenção, pois ela não era afeita a festinhas ou mesmo reuniões com mais de duas pessoas, incluindo ela. Resolvi então falar com o tal amigo. Abri o portão e entrei. Dona Etelvina era a mãe dele. Quando me aproximei das pessoas, um ar de consternação tomava conta de todos que ali se encontravam. Meu Deus! – eu pensei alto – Será que dona Etelvina bateu as botas?! - indaguei a mim mesmo.

A minha desconfiança se dissipou quando a vi ladeada por uma jovem e uma senhora. A jovem, era Dalila ou Lila, como a chamavam e a senhora, era dona Gilda. A primeira era minha irmã e a segunda minha mãe.

Quando dona Etelvina me viu, danou-se a chorar. Foi aí que minha irmã levantou-se e veio ao meu encontro. Ela me abraçou e disse com os olhos em lágrimas: “Duda, Bob Dylan morreu!”

Hoje, quando vejo Bob Dylan, o cantor norte-americano, chego à conclusão de que o meu amigo, realmente, tinha alguma coisa a ver com o “american-singer” e quando me lembro de algumas de suas piadas, morro de rir com elas. Conclusão: cada um é engraçado à sua maneira e você é o que quer ser, se assim acredita ser.

9 comentários:

Anônimo disse...

meu amigo, não faz um elogio desses a meus escritos que vou espalhar pela cidade

"pessoal, o helinho não anda bem..."

abraçon!

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Hahah! Eu sou mesmo assim!
a hug
Eu

DO JEITO DELA... disse...

Nossa... interessante... o que posso mais dizer... comprido? ahhhahahahahahha...

Camila Pimenta

Anônimo disse...

Bom que vc achou - (me).
Por pouco não nos achamos na Pamplona!
Eita mundico, hein?
Abraços

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Interessante, é melhor que um saco, né, Camilinha?!

Pois é, mundinho short esse, né, Sandra?! Valeu pela visita!

bjos
Hélio

Sandra Knoll disse...

Que engraçado. Vc responde aos comentários no seu blog.
Gostei de ler!

Sandra Knoll disse...

Cada louco com sua mania!!!
Então, aparecerei si. Porém, o café com biscoito é que ficam difíceis. Talvez seja isso que me incomede um pouco nesse meio tão asséptico da internet.
Abraços

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Pois é, Sandra, nesse mundinho virtual quem mente mais é quem está mais perto de dizer a verdade!

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu