Obcenas palavras
Quando abriste as pernas,
Vislumbrei a tua vulva.
Tinha vida, tinha a graça da luxuria.
Olhei e me vi em seus óculos
De lentes cravejadas de pontinhos;
Resquícios doces de uma banal ejaculação.
Vi-me nu e tão somente nu.
Você não me revelou segredo algum.
Mas sorriu da minha ereção vespertina
Que você tanto insiste em contemplar.
Não posso mais olhar você como antes.
Você não é minha, afinal. Eu sei.
Nunca mais a terei em meus beijos.
Molhar-lhe, sujar-lhe e por fim cair sobre você
Como uma pedra rolando de um barranco.
Você apenas me olhou e beijou a minha secreção.
Depois, você foi embora sem dizer nada,
pois jamais estivera comigo.
Ficaram de nós dois apenas um olor,
uma tênue fragrância de sua vulva úmida.
Nunca mais, nenhum sentido.
Nem minha ereção marginal,
nem seu olhar míope e fugidio
para justificar as suas pernas abertas.
2 comentários:
uau! lembrou dos meus escritos, é? rs é mais forte o teu.
Gostei. Tem vida.
Abração, Laura
Forte? Nah, mas concordo que ele pulsa e se encharca de vida, Diz!
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