quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Velho e decrépito ou o desprezo com a própria história.























Já faz tempo que eu gostaria de comentar aqui acerca do Mercado Público de Itajaí. Esta semana foi a gota d’água. Não aguentei ver os problemas por que enfrenta aquele prédio público. Foi lamentável ver o estado precário em que ele se encontra. Assim, diante disso, decidi abrir a boca sobre o assunto, aqui no meu blog.

Começo pelos caibros que sustentam o telhado do velho prédio que estão em condições sofríveis; os cupins fazem a farra. Tá certo, já existe a farra do boi, por que não a farra dos cupins? Dá pra notar que as vigas de madeira, as maiores e mais resistentes, as que adornam os quatro arcos que formam as entradas para o seu interior, estão cedendo. Sem falar no telhado, completamente carente de reposição. As velhas telhas inglesas, já completamente desgastadas, pedem substituição imediata. Para provar o que estou falando, basta aparecer lá no mercado num dia de chuva. É um Deus nos acuda. Goteiras por todos os lados. A fiação elétrica nem se fala. Do jeito que tá, logo pode ser acusada de por fogo (mais uma vez!) no edifício. O chafariz, que fica no centro de seu pátio, mais parece um monumento daqueles que adornam os cemitérios ingleses. As calhas que cortam a cobertura pedem socorro. E por aí vai. Os banheiros são o que podemos chamar de coisa do demo! Se eu aqui estivesse escrevendo algum conto, eu diria que a merda teria medo de ali cair. Eu digo e insisto: se torna urgente uma reforma naquele lugar público e, por conseguinte, novas políticas para a sua conservação.

Infelizmente, a população não se dá conta do que está acontecendo por lá. O governo municipal - Fundação de Cultura e o Patrimônio Histórico- , é o responsável direto em preservar aquele lugar. Se eles disserem que será difícil para os atuais locatários enfrentarem uma reforma pra valer, eu diria que não – olhem que eu não sou nenhum engenheiro ou arquiteto!- Eu digo que se pode arrumar um espaço para todos até concluídas as obras; eu sugiro que todos os locatários fiquem provisoriamente numa estrutura coberta ao lado onde se encontra o Mercado de Peixe. Um bom projeto mostrará que é possível. Nada complicado a meu ver. Sugiro também, que se faça um concurso para que arquitetos de Santa Catarina apresentem seus projetos de reforma do velho mercado sem que lhes tirem as características originais. Um prêmio poderia ser oferecido por algumas entidades locais. Só o fato de ajudar a preservar a história desta cidade já seria um grande galardão.

Eu, francamente, espero que algum vereador sério, possa levar esta discussão em plenário e denuncie a situação calamitosa por que passa o Mercado Público de Itajaí.


Enquanto a velha construção não desabar sobre nossas cabeças, ninguém irá fazer nada, pelo jeito. Já a minha pessoa, entre um trago e outro, vai ficando de olho para não ser vítima, junto a ele, desse descaso para com um dos mais importantes cartões postais da cidade.

2 comentários:

Carlos Coria disse...

um verdadeiro cartão postal e o único palco alternativo cultural da cidade.

Se ele cair, a cultura performática cai também e não tem outro lugar pra gente apresentar nossa arte.

abraço

Samara disse...

...o material mais caro para essas obras é a boa vontade mesmo =|

saudades de itajahy,