Pessoal, nunca se sabe o dia de amanhã, não é mesmo? Então, aqui vai um tributo as maiores presas do predador homem, o boi, caso eu venha como animal na próxima encarnação pra outro planeta onde ser boi é ser “mucho animal”!
BOI FARRISTA
Ei, boi, ei boi!
Ei boi farreiro.
Ei boi farrista.
Ei boi!
Se matar um é pouco
Então boi, mate outro
Que faz dois!
Um pião cabe na palma da mão,
Rodopiando que nem chiclete em boca banguela,
E no feijão, carne, arroz doce e canela.
Mãos a obra, pernas pra quem te quer.
Sobe e desce cerca, menino homem e mulher.
Tempo no cercado não sobra.
Corre você na frente
Que aqui vou ficando atrás
Arrastando-me que nem cobra
Pra saber como é que faz.
Ei, boi, ei boi!
Ei boi farreiro,
Ei boi!
Se matar um é pouco
Então boi, mate mais um
Que faz dois!
Tá frio, tá quente
A febre não tem nome...
Pra uns, boi não é gente.
Pode ser Careta, Lua ou Estrela,
Tanto faz, como tanto fez
É somente uma rês.
Agora a sorte tá lançada e
A porteira tá aberta.
Quem vai? Quem vem?
Fica quem não chega,
Vai quem nunca não foi.
Aqui, ou você caga nas calças,
Ou você morre na pata do boi.
Ei, boi, ei boi!
Ei boi farreiro,
Ei boi farrista
Ei boi!
Se matar um é pouco
Então boi, mate mais um
Que faz dois!
E viva pra sempre,
Oh, boi!
20 comentários:
é por isso que sou vegetariana.
Pois é Sandra, eu não sou do tipo que se entope de carne. Na verdade, prefiro e sou fãn de peixe, mesmo sabendo que é um animalzinho que fica mandando beijinhos pra gente no aquário.
por isso não tenho aquário!
Eu tinha um, aliás, herdei, até que um dia num complô da faxineira com o gato do vizinho de codinome, acredite, Fishcat, deu cabo do aquário e do seu morador. O pexinho era um Beta lindo de morrer (!), cujo apelido era Clovis Bornái.
sei, sei... que coisa né...
como diz meu sábio amigo, o fotógrafo João Souza: "um homem sem chifre é um animal indefeso"...
Procurando coisas do arco da vaca, encontrei esse poema sobre o boi:
O BOI
Paulo Drumond (29/04/2004)
"Olhe nos olhos do boi.
Olhe como são grandes
E lindos os olhos do boi...
O que te ofende neles?
Ser boi?
O que te agride?
O que te ameaça nele?
O que o condena à morte?
Por que sua pouca sorte?
Ser boi?
Por que tão belo animal
Lento, pacífico, nobre,
Que contempla a natureza
De um jeito tão doce,
Tem um destino tão cruel?
Ser boi?
Condenarias, solitariamente,
Este manso ruminante
A destino tão violento?
Por que então o devoras?
Ser boi?
Ou porque o Mercado da Carne
Não te permite tempo de reflexão,
E refletindo, tua consciência e teu coração
Não suportariam a dor e a repulsa,
Com a destruição de olhos tão belos,
Para te colocar à mesa
Este triste e silencioso sabor de boi,
Que ora jaz à tua frente no prato?"
tem um lindo do Guimarães Rosa.
È enorme e chama-se "Boiada".
Está num livro chamado Magma...lugar do qual devo ter tirado ele...hahaha.
Heliño,
não é por nada, não.
me desculpe a intromissão.
mas acho q esse poema do Paulo
Drumond merecia um post.
forte abraço,
André.
Valeu, André, merecia mesmo! O poema dele é um lindo epicédio ao boi.
Sandra, peguei esse trechinho do conto "O burrinho pedrês” de Rosa, que fala sobre o movimento de uma boiada no sertão:
"As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralos de guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...
`Um boi preto, um boi pintado,
cada um tem sua cor.
Cada coração um jeito
de mostrar o seu amor.'
Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...
`Todo passarinho' do mato
tem seu pio diferente.
Cantiga de amor doido não carece ter rompante...'
Pouco a pouco, porém, os rostos se desempanam e os homens tomam gesto de repouso nas selas, satisfeitos. Que de trinta, trezentos ou três mil, só está quase pronta a boiada quando as alimárias se aglutinam em bicho inteiro - centopéia -, mesmo prestes assim ,
para surpresas mas.
- Tchou! ... Tchou! ... Eh, booôi! ...
E, agora, pronta de todo está ela ficando, cá que cada vaqueiro pega o balanço de busto, sem-querer e imitativo, e que os cavalos gingam bovinamente. Devagar, mal percebido, vão sugados todos pelo rebanho trovejante - pata a pata, casco a casco, soca soca, fasta vento, rola e trota, cabisbaixos, mexe lama, pela estrada, chifres no ar...
A boiada vai, como um navio."
- João Guimarães Rosa -
ah...nem me fale desse mestre( ops) fui eu que falei primeiro, né?
Burrinho Pedrês...já li!
Aliás, sou fanzoca dele...
levei um temnpão pra ler o Grande Sertão.
Olha lá no meu blog...tem coisinhas novas tb.
escuta aqui! aquela frase é minha!
eu tenho testemunhas!!
vire-se com a sua Babilônia; vire-se, esfreguem-se, cubram-se, hai caizem-se!!!
Haha! Tá bem, tá bem, já tenho bastantes problemas com Saramago, Garcia Marques e outros, né mesmo? Então, fica vc com a tua baranga verde e eu com a minha babi!
Helio, assisti a garota dividida em dois lá em São paulo. O Escafandro e a Borboleta não cosnegui ver pois estava na duvida entre ele e o Do Outro Lado...que vale a pena também.
Tá descurpado uai!!!!
nóis dá aula particulá de portugues si modo percisá.
Abraços
Boizinho farrista. Animal, animaus...
Minha avó já me dizia: triste do bicho que o outro come...
Pura verdade, Euzinha!
olá
estou corrigindo uma antiga injustiça... faltava um link para o teu blog no meu blog... pura falta de interação psicoinformática. Justiça feita.
abraços
mauro
Gentem, o grande Mauro Camargo visitando-me! Que honra, Mauro, me incluir no seu dileto grupo de amigos blogueros! Valeu!
Sugiro que visitem o blog de Mauro que está na minha lista de blogs.
o boi merece, sua volta provavelmente estará garantida e salva. belo poema
abraços
Valeu Rubens! O negócio é se garantir pra próxima, caso isso seja possível, não é mesmo?
Não é só preciso dar nomes aos bois, mas também voz e vez.
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