quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Nada
















Nada

A cidade estava deserta. Havia a rua e a ruela. Uma árvore ressequida. Morta. Esquelética. Raízes expostas sobre a calçada puída. Decadência. Uma urgência pra lá de deletéria. O sol teimava em aparecer, assim como os pássaros, que haviam se recusado a voarem naquele dia. Da janela um cheiro de cravo branco avançava pela quadra. Um caixão com um homem que um dia fora. Uma lágrima escorria. Prova de uma vida trocada. Abandonada para dar lugar a solidão e a um nada.

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