segunda-feira, 24 de agosto de 2015
O lançamento será dia 14 de Outubro no 1º Sarau do Bar ZéPelin!
"Há uma Noiva no Porto"
por Felipe Damo
Roteiristas que migram para a literatura carregam consigo os bons cacoetes da sétima arte. Conduzem a história desfazendo o fio da narrativa e quando você percebe o livro vai se corporificando à sua frente, como se fosse um filme, com a construção das personagens e o ritmo das grandes telas.
O cinema já cedeu grandes roteiristas à literatura e um dos mais novos nomes que aparecem no mercado editorial brasileiro é do pernambucano Hélio Jorge Cordeiro, que acaba de lançar em terras tupiniquins seu quarto livro, A Noiva do Porto (Chiado Editora, Lisboa, 152 pág.), previamente lançado em Portugal.
Em uma trama que chega a lembrar de Almodóvar, a obra de Cordeiro é repleta de referências, intencionais ou não. De uma página salta algum paralelo ao escritor argentino Jorge Luís Borges, acolá uma cena que lembra o final folhetinesco de uma novela dos anos oitenta, os antagonistas se edificam como vilões de clássicos de Hollywood, e por aí toca a banda. Como nos filmes, flashbacks e inserts dão o tempero à narrativa. Tudo isso flanando pelas ruas e paisagens da cidade do Porto, da qual o livro é mezzo guia turístico, mezzo declaração de amor.
A Noiva do Porto conta a história de Elis, uma jovem portuense – ou tripeira, como se diz além-mar – cujo sonho de se tornar noiva por um dia vai se desenrolando ao passar das noites e dos capítulos. Muito distante da onda wedding que o país experimenta atualmente, o livro de Cordeiro poderia até ser considerado um thriller policial repleto de idiossincrasias, dramas psicológicos e salpicado pelas dificuldades inerentes às jornadas em busca de um ideal.
Com um final surpreendente e um desfecho que faz com que o leitor una todas as pontas ainda abertas da narrativa, tal qual no cinema, A Noiva do Porto é uma obra vibrante, que coloca Hélio Jorge Cordeiro um degrau acima em relação a seus outros livros.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
O livro A Noiva do Porto foi lançado, finalmente!
Pronto, depois do lançamento em Lisboa, na Feira do Livro, agora é so continuar a trabalhar outro lançamento, possivelmente, em Itajai, Santa Catarina.
domingo, 7 de junho de 2015
Tá chegando o dia e a hora!
Em “A Noiva do Porto”, o escritor Hélio Jorge Cordeiro cria uma narrativa repleta de símbolos psicológicos, na qual o personagem principal busca sua própria identidade.
O sonho de se tornar uma noiva, por um dia, o leva a empreender uma jornada repleta de intrigas, preconceitos, interesses e morte.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
domingo, 10 de maio de 2015
A Noiva do Porto vai estar na Feira do Livro de Lisboa, assim como o seu autor!
Bem, pessoal, aqui estou para, desta vez, anunciar que estarei no stand da Feira do Livro de Lisboa, edição 2015, dia 10 de junho a partir das 17h00! Espero contar com vocês!
segunda-feira, 23 de março de 2015
O prefácio cinematográfico do Leão!
PREFÁCIO
EXT
– VARANDA DO APARTAMENTO – NOITE
AÇÃO!
O rapaz de 30 e poucos
anos está deitado em uma rede amarela de balanço. No seu colo, um
maço de folhas impressas. Na primeira página se lê em letras
grandes o título da obra: A ÚLTIMA SESSÃO. Só pode ser algo a ver
com cinema, pensa alto. Não tem dúvidas: a abertura do livro já
vislumbra um grande plano geral de uma cidade grande bem conhecida de
todos os brasileiros, São Paulo. É ali onde se encontram
personagens que se misturam à fumaça dos automóveis e vez por
outra tornam cinza a feição da selva de pedra, com suas atitudes,
pensamentos e ações diversificadas. Nenhum deles é coadjuvante.
Aliás, nesta vida das letras, o salto que dão para a realidade é
algo intensificado através de detalhes, escritos com extrema
competência pelo “arretado” Hélio Jorge Cordeiro. Ou seria a
realidade que dá um salto para o registro romanceado do autor?
Ficção ou não, o livro nos traz cenas cadenciadas como numa boa
montagem de planos cinematográficos. É um roteiro que instiga,
delineia pessoas e coisas as quais o leitor irá se identificar com
certeza.
Recebi o convite para
escrever este prefácio e não sabia muito bem por onde começar.
Pensei no mais óbvio. É cinema, é sobre cinema. É baseado em algo
que infelizmente aconteceu em uma sala de cinema na cidade de São
Paulo. Vivemos este acontecimento através da imprensa da década de
90. Algo até então visto mais pelos cidadãos norte-americanos. Mas
aconteceu no Brasil. Minha dificuldade se encontra aí: tentar
compreender que aquilo não é só ficção, é documentário também.
É o recorte que cola aquelas pessoas naquele mundo, naquelas
vontades, naqueles saberes, desejos. Hélio prepara as cenas com
olhar mais do que fotográfico, pictural. É o diretor de uma obra
que faz, principalmente para quem viveu nos anos 90, perceber que
andamos “nos esbarrando”, que nossas experiências são muitas
vezes integradas e “ensaiadas” com outros personagens. Os jogos
violentos, as paixões obcecadas, os descontroles emocionais, a
realidade da periferia, os universitários e suas turmas, os
cineastas lutando pelos seus filmes em um país onde pensamentos
diferentes podem causar ódio e mal estar entre amigos. Ingredientes
poderosos para que as cenas deste diretor/roteirista nos traga uma
leitura poderosa, direta, reta e sobretudo cinematográfica.
Aproveite ao máximo!
CORTA!
Fernando Leão
Jornalista e Cineasta
Independente
segunda-feira, 16 de março de 2015
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Cuidado! Em 2016, a Bernunça vai estar solta em Itajai!
Pessoal, já esta escolhido o tema para o Carnaval de 2016 do Bloco Anarco Carnavalesco Filhos de Maria do Cais: Bernunça o meu coreto! Esta ilustração é apenas um layout, a arte final focará a cargo do artista plástico itajaiense, Sebastião Paulo do Aragão Oliveira, ou apenas Seba, como o artista é conhecido. Vamos tocando a vida enquanto isso, porque, depois, a Bernunça vai vais estar solta.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
E viva a picardia!
E viva a picardia!
por Helio Jorge
Cordeiro
Os preparativos para a
festa dos Filhos Bastardos de Alzirinha estavam se efetivando. Em
Pedra dos Anjos, naquele ano, não haveria festa de qualquer jeito ou
maneira. Estava decidido por decreto. Doutor Epaminondas Quero-Quero,
o alcaide, decidiu não colaborar com o único movimento festivo
existente na vila no dia de Santo Carnobal, padroeiro dos pobres e
dos desamparados do lugar.
- Doutor Epaminondas,
mas trata-se de um movimento cultural e que pode dar pra vila um
“up”, como diz os gringos! - disse dona Guadalupe, esposa de
Alfredo Zacarias, dono da farmácia e diretor da única escola da
vila.
- Nem pensar, dona
Guadalupe! - retrucou o velho empresário e prefeito de Pedra dos
Anjos, com a empáfia que o fizera prefeito por mais de seis
legislaturas no pequeno lugarejo.
- Sabia que o filho do
Coronel Odemário do Gás é um dos organizadores da festa? - falou
Alfredo.
- Não, Odemário tá
gagá e não domina os filhos depravados que tem! Eu só sei que
Alzira foi uma dessas mulherzinhas da vida em Caçambas e que depois
veio pra Pedra, até então um lugar de mulheres de virtudes! Uma
devassa, é o que ela foi! E ainda querem que o meu munguzá apoie
essa festa em homenagem àquelazinha?! - disse, bravo, doutor
Epaminondas, fumando o seu charuto.
Nisso, entrou o amigo
de Epaminondas, aliás seu braço direito, porque doutor Epaminondas
não tinha o esquerdo. Perdera-o numa disputa de braço de ferro,
anos antes, quando era apenas um caixeiro viajante que aportara em
Pedra, quando a vila era apenas um lugarzinho onde só havia meia
duzia de romeiros famintos a caminho do oiteiro de São Esperimião,
cidade onde tudo acontecia. Pois então, o recém-chegado, doutor
Artigas de Albuquerque, fora coroinha em Juazeiro; tinha ido estudar
advocacia na capital, mas, sabe-se la o destino, nunca terminara o
curso. Havia denuncias de que o sujeitinho tinha ficado com os
recursos do Conselho de Estudantes da escola onde havia tentado obter
o canudo, que nunca foi mostrado. Mas isso nunca mais foi comentado
ou divulgado em Pedra dos Anjos. Pois bem, Artigas sentou-se e, para
variar, ficou ao lado direito do prefeito.
- Meu chefe, acho que
devemos pensar em apoiar esse pessoal! - disse com a vênia própria
dos puxa sacos.
- Ora, Artigas, só
faltava você agora com essa sandice! - disse o velho.
- Não custa nada
colocar uma barraca com o seu munguzá e fornecer algumas cumbucas
pros músicos e adeptos dos Filhos Bastardos de Alzirinha... -
sugeriu Alfredo, como quem pede ao pai para ficar até meia noite na
zona.
- Não! Principalmente
aqueles vagabundos, que não fazem mais que tocar aquelas musiquinhas
de merda! Até tuas filhas, Alfredo, eu soube estão ajudando essa
depravação! Logo a Olguinha de Jesus, que eu pensei que poderia se
tornar minha nora! - grunhiu o velho.
- Num fale isso,
doutor! Olguinha foi até candidata a Miss Pedra dos Anjos! - disse
um tanto acanhada dona Guadalupe, segurando um terço que havia sido
presente de casamento de Dom Boacasa, o bispo, cuja família mandava
na região havia mais de um século.
- Sabiam que o Bocaiuva
vai apoiar? - falou Alfredo, como quem não quer nada e querendo
tudo.
- O quê?! - falaram ao
mesmo tempo os demais, no terraço da casa grande, herança de mais
de cinco gerações dos Quero-Quero, os maiores produtores de munguzá
da região.
- O Bocaiuva da
Canjica? - perguntou dona Guadalupe, com uma surpresa de fazer rosar
as bochechas de Hipócritas, o grego.
- Sim. - disse Alfredo
e continuou – Chega no dia da festa e vai ajudar com uma
substancial quantia de canjiquinha pra todo mundo!
- Hummm... - resmungou
o prefeito, coçando as partes de baixo e continuou – Sabia que
tinha o dedo do Bocaiuva!
Todo pessoal do teatro
tá com eles! - disse dona Guadalupe.
- Esses então...!
Gentinha cubana! - disse o coronel, cuspindo em seguida, numa
escarradeira ao seus pés, digo, botas.
- Cubanos são os
médicos, doutor! - lembrou dona Guadalupe.
- São tudo farinha da
mesma garrafa! - esbravejou o alcaide.
Uma pausa foi dada e a
expectativa tomou conta de todos naquela reunião...
- Vocês sabem que o
meu munguzá existe ha mais de oitenta anos... Tem um nome a zelar! -
falou o prefeito dando uma tragada no seu charuto.
- Sim, claro, doutor.
Magina colocar seu munguzá numa coisa dessas, tão profana...- falou
Artigas.
Alfredo e dona
Guadalupe ficaram calados, enquanto o doutor Epaminondas Quero-Quero
coçava mais uma vez as partes de baixo.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Da Serra ao Seridó de Leão
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
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