Em Roma como os cristãos.
20/07/2012
Não há
um cristão nesse mundo de Deus que não se curve à grandiosidade da história da
cidade de Roma. Eu faço parte desses boquiabertos indivíduos. No entanto, a
minha estupefação com tudo que existe em Roma foi um pouco ofuscada pela
depredação que a cidade está sofrendo com a presença, em massa, de turistas em
suas vielas, ruas, avenidas e tais. Vê-se por todas as partes, principalmente
nos sítios históricos (como se tudo em Roma não fosse sítios históricos!), a
prova da presença desses seres escabrosos, medonhos que são os turistas:
garrafas de água, de cervejas, vinhos, maços de cigarros (vazios, é claro!),
camisinhas usadas, sem falar nas biolas, mutucas (como queiram chamar), aos
milhares, espalhadas por todos os lados. Preenchendo os cantinhos dos bueiros,
meio fios etc, por toda Roma. Lamentável, a falta de disciplina dos Romanos, ou
quem sabe, e com muita certeza, dos turistas que a emporcalham e que parecem,
eu disse parecem, ser a maioria na cidade nessa época do ano. O
metrô é mesmo um mau exemplo para uma cidade monumento como a capital dos italianos.
Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo, mas parece que essa
máxima da física fica defasada quando se trata de sair e entrar num carro de
metrô em Roma. Devo aqui contemplar, também, com todas essas críticas, e com
muita justiça, o trânsito de Roma. Um inferno na terra. É um verdadeiro
salve-se quem puder. Não se respeita os pedestres de jeito nenhum. Esses seres
desprotegidos (em toda a parte do mundo), em Roma, são que nem os cristãos no
coliseu (aliás, uma coisa do outro mundo!): são jogados às feras. As lambretas
(marca registrada de Roma ), são como marimbondos enlouquecidos. De uma hora
pra outra você pode ser atingido por uma. Sinal fechado não existe pra elas!
Eu, por exemplo, quase fui vítima da insanidade do trânsito Romano. Escapei do
trânsito, mas fui vítima dos batedores de carteira. Fui sorteado a perder todos
os meus documentos (menos o meu passaporte que deixei no hotel!), assim como
dólares, euros e reais (nada que pudesse me colocar na capa da Forbes), além de
meus cartões de crédito (os de minha mulher também! “Deixa comigo, mulher, que
é mais seguro!” Hehehe!). Como é triste nos sentirmos idiotas, meu Deus! Tive
que deixar o meu Brasil, para me sentir assim. Não é que eu não tenha muitas
vezes me sentido idiota no Brasil, quase sempre me pego desse jeito. Mas é
diferente. No exterior parece que baixamos a guarda; “ Ah, a Europa. Povo
civilizado. Qualidade de vida espetacular. Segurança nunca vista e honestidade
a toda prova...” É assim que pensamos quando deixamos as mazelas caseiras de
nosso país para trás e chegamos a outro lugar fora dele. Ledo engano. Cada vez
mais devemos nos precaver. Ficar de orelha em pé. Não dar vacilo de jeito
nenhum e como dizem os adeptos de Baden-Powell, ficar “sempre alerta!” O que
resta então? Se precaver, fechar os olhos pra todas essas mazelas, saborear as
comidas e os vinhos, deixar que a história tome conta de você. Ah, e admirar a
beleza dos Romanos e Romanas.