segunda-feira, 18 de abril de 2011

Heróis e eróis ou puro despeito.


































Pessoal, assistindo a TV, vi que a Rede Bandeirantes de televisão irá colocar no ar uma série de reportagens intitulada Terra Bruta, onde mostrará que o Nordeste é uma terra de gente violenta. Pura hipocrisia! Todos nós sabemos que existe violência em todo o território brasileiro. Norte, Sul e Sudeste! Essa gente da Rede Band (seus editorialistas) quer demonizar de vez todos os nordestinos, assim como fazem os americanos com os mulçumanos (essa gente da Band não é mesmo nada original!). Quando querem ganhar audiência e grandes verbas de patrocínio, como acontece no carnaval, não pestanejam duas vezes antes de se aproveitar do Nordeste. Mas no resto do ano, se encarregam de tascar o pau na região e na gente de lá. Babacas! Muito bem, então, querem subtrair a nossa importância na nacionalidade brasileira nos colocando a pecha de impuros, inferiores, ou seja lá como quiserem nos designar. Eu estou indignado e acho que é mesmo uma vergonha essas atitudes racistas e/ou separatistas, contra os nordestinos, que, ultimamente, vemos reacender por aí afora, principalmente em São Paulo. Mas tudo tem um sentido e um propósito. Isso não é de agora, vem de muito antes, desde os tempos das invasões holandesas. Vem do tempo em que os heróis eram homens que queriam liberdade e justiça por tudo que já haviam passado e pelo que eles representavam e já haviam feito na nova terra (diferentemente de outros chamados de heróis, que só sabiam exterminar índios e tomar terras, além de subtrair as riquezas naturais existentes!) Esses heróis do nordeste (Matias de Albuquerque, Felipe Camarão, André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias, Bernardo Viera de Melo, entre outros) demonstraram à coroa portuguesa que naquela terra havia gente de fibra, valorosos guerreiros, dispostos a tudo para defender “suas” terras (sim, a terra pertencia a eles, também. Afinal, eram indivíduos miscigenados – portugueses e índios). Eles mostraram que eram capazes de se defender sozinhos, pois não receberam ajuda daqueles que representavam a coroa em terras baianas, então a capital do novo mundo português, capital do Brasil. Só isso foi o suficiente para marcarmos pontos negativos nas hostes da coroa em Portugal. Era óbvio que haveriam de lidar com essa gente audaciosa, se continuassem com a capital do Brasil na Bahia. Assim, começaram a trabalhar a possibilidade afastar a capital de perto daqueles “rebeldes de espírito libertário”, que poderiam, a qualquer momento, promover uma revolta de independência. Então se mandaram para o Rio de Janeiro. Mas esse desejo de liberdade não tardaria, como ficou provado na história, com a revolta encabeçada por Frei Caneca, dentre outros, que tiveram maior ou igual importância que os seus compatriotas de Minas Gerais, na busca por um Brasil independente de Portugal. Foi esse medo das auto-intituladas elites que ultrapassou os tempos e chegou aos nossos dias. Medo do espírito guerreiro e da persistente resistência dos nordestinos, que desafia a arrogância e o autoritarismo daqueles que se acham superiores.  Ameaçados, amedrontados, tentam denegrir nossa imagem, nos tachando de incompetentes, indolentes, violentos e outras “entos”, sem a menor cerimônia. Tudo bem, se quiserem nos apartar do Brasil, que o façam, mas o façam. Mas não levarão a base da brasilidade, pois esta ficará pra sempre com a gente. Ela nos pertence. Nós escrevemos a história desse país, meus caros. E, se quiserem nos deixar à margem, então que fiquem com o resto, mas a história do Brasil se escreve com N de Nordeste!

4 comentários:

Euzinha disse...

Dear Helius,

enquanto houver gente como tu, nordestino cabra da peste, não haverá estigma que nos persiga! Abaixo o pré-conceito de que o Nordeste é terra de ninguém, falei?
Beijos,
Euzinha

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Euzinha, minha querida, não podemos ficar "queto" diante dessas barbaridades. Somos, sim, um povo de valor e ninguém vai nos tirar isso.
bjocas, oxente!
Hélio

Valéria Costa disse...

Meu tio/irmão/amigo Jorge

Adorei o seu comentário e ainda bem que temos pessoas,como você,que descreve fielmente os nossos "heróis" nordestinos,que deram o sangue para construção deste Brasil.Super bj Lela

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Querida Lela, obrigado pelas palavras, mas só estou demonstrando a minha insatisfação diante de tanta má vontade com o Nordeste.
bjocas do teu tio
Hélio Jorge