quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Na minha fazenda vai ter:















22 camisas de time de futebol, 22 calções, 22 meões, 5 bolas de couro (profissional), 22 pares de chuteiras, chuveiro coletivo, um cortador de grama, uma lata de tinta branca, 4 brochas, 8 bandeirinhas amarelas, 2 pares de rede, 6 camisas preta, cações idem, meões idem, chuteiras idem, 4 apitos de aço inoxidável e 4 plaquetas de madeira escrito: FAVOR NÃO PISAR NA GRAMA!

One Love

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Quiz Literário. Participe djá!











Qual o maior desafio pra quem escreve literatura?


1) falar de alguém ou alguma coisa sem nunca conhecê-la ou vivenciá-la e jurar de pés juntos que tudo que você escreveu é pura verdade.


2) se colocar no lugar do personagem e tentar entender sua alma sem nem mesmo conhecer a sua própria, mas seu cachorro a entende muito melhor.


3) falar na terceira pessoa com a intenção de falar na primeira sem que ninguém se aperceba disso, apenas você e o dono da quitanda que leu seu rascunho em troca de duas palmas de bananas.


4) ter que dizer o que não pensa e fazer o que não faz, mas de maneira que todos pensem que o que está lendo é a sua cara.


5) ter que dar entrevista para alunos de cursinho e dizer que tudo não passa de 10 por cento de inspiração e 90 de transpiração, só que você usa Rexona Ultra Seco, mas eles não sabem.


6) fazer de tudo para estar no programa de Ana Maria Braga e dar entrevista para Paulo Henrique Amorim na Record, dizendo que detesta esses programas das manhãs que falam de tudo como os velhos almanaques do Biotônico Fontora.


7) ter que desembolsar uma grana preta (ou branca) que você não tem e pagar para a produção de um famoso talk-show com um entrevistador de peso, sem ter a chance de falar 5 minutos do seu último lançamento, pois o sujeito não lhe dá uma chance. 


8) não entender patavinas o que está escrito no guardanap, pois você estava trébado na noite anterior e vomitou o vinho em cima dele. Você só lembra que havia escrito o próximo plot para o  maior romance policial de sua vida.


9) não poder escrever alguma coisa que preste, mas mesmo assim continua escrevendo achando que ninguém vai notar a sua imcompetência literária.

10) inventar um quiz com um monte de babozeiras, pois não consegue escrever uma linha do seu próximo livro e que já está ficando tantan da cabeça.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Frutas não dão em pedras

















Diziam quando ele era pequeno, que ele era uma frutinha de garoto. Os pais detestavam tal característica dada ao seu filho único. O menino, por sua vez, odiava tudo que fosse fruta. Cresceu, se formou, casou e teve um filho.


Durval era pastor e líder de uma igreja evangélica. Durante seus cultos, pregava a cura pelas frutas. Ficou rico e famoso, mas seus pais não chegaram a desfrutar de seu grande sucesso.  Já bem velho, sem herdeiros para deixar sua fortuna e seu legado religioso, resolveu adotar uma criança; ao tê-la nos braços trêmulos pelo avançado Mal de Parkinson, olhou-a atentamente e com um sorriso torto pelas rugas, balbuciou bem baixinho, como quem não desejasse ser ouvido: “Mas que frutinha de garoto, esse!”


O Menino cresceu. Maior de idade, resolveu renegar tudo que seu pai  havia deixado , inclusive abdicou do legado religioso que ficou nas mãos de um ex-traficante convertido. Sem eira nem beira, saiu pelo mundo até encontrar a sua verdadeira identidade, num lugarzinho abandonado pela modernidade, no meio das montanhas sagradas do Himalaia. Virou uma espécie de monge.


Uma noite, quando estava cochilando, escutou o telefone tocar do lado de sua cama. Era da enfermaria do hospital. Eles o queriam lá na emergência o mais depressa possível. Ele correu, vestiu seu jaleco verde-esmeralda e foi ter com eles. Quando chegou, um homem bem velho estava prostrado numa maca, tendo convulsões e espasmos incontroláveis. Ele se certificou do quadro com os enfermeiros. O velho tinha os olhos arregalados e fixava-o. Pela primeira vez ele ficou sem jeito e embaraçado com aquele olhar. Em seguida, auscultou o enfermo. Este, por sua vez, ao vê-lo com a cabeça encostada ao seu peito, puxou-o pela gola do jaleco e quase desfalecendo disse com uma voz carregada de fenecimento derradeiro: “Você é frutinha, não é?” Depois pendeu a cabeça e uma gosma rosada saiu de sua boca encarquilhada e manchou todo seu terno e um broche de ouro com o símbolo da Igreja Vitamina de Deus.


Nas férias viajou. Ao visitar a Ásia, foi num mosteiro Budista entre as montanhas do Himalaia. Ficou impressionado com a majestade do lugar e sua calma reinante. Entrou e saiu dos lugares com a sensação de paz e com alma purificada. Cansado, resolveu sentar na beira de uma fonte.  Um velho que parecia ser um monge e que ia passando, logo que o viu, aproximou-se e disse-lhe com uma voz que soava como um farfalhar de asas de borboleta: “Frutas não dão em pedras!” O velho deixou-o, em seguida. A partir de então, ele soube que quando voltasse, nunca mais seria o mesmo.


A igreja estava lotada e tinha em seu interior uma excessiva quantidade de fiéis. Todos estavam atordoados com a repentina notícia da prisão de seu líder, o ex-traficante convertido, Gerson de Jesus Assunção.  Ele e mais dois guarda-costas haviam saído da igreja depois de um dia de trabalhos e cultos. Estavam seguindo pela Rua Augusta, quando, próximo à Av. Paulista, deram com um homem que vinha em sentido contrário, caminhando. Pararam o carro e os três desceram e abordaram o homem. Depois de uma calorosa discussão, os guarda-costas começaram a espancar o homem, chamando-o de “frutinha”. Uma forte pancada na cabeça.  Ele caiu no meio da guia, todo ensangüentado. Estava morto. O sangue que escorria de seu nariz e ouvidos formou  uma pequena poça em torno de sua maleta de médico. Todas a palavras daquele velho, que ele encontrou na fonte do mosteiro, lá no Himalaia, fez todo sentido pra ele no final.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A voz do povo se escuta mais alto









Pessoal, como alguns de vocês já sabem, eu sou a favor dos nomes criados pelo povo para as ruas, pontes, viadutos, túneis, bairros e outros logradouros das cidades. Decidi postar esse artigo que encontrei no blog de Luis Nassif e que achei uma pérola. Confiram, pois.


Enviado por luisnassif, ter, 20/09/2011 - 17:00


Do Bahia 247
Foto: Divulgação Rebatizadas pela irreverência do povo, ruas de Salvador atiçam a imaginação popular; entre os nomes mais curiosos está o Beco do Mijo, onde se mija a toda hora, com muita desfaçatez e completa certeza de impunidade.
Que rematado machão não gostaria de morar no Beco das Gostosas? Por outro lado quem, em sã consciência, preferiria o fedorento Beco do Mijo? Haveria algum problema conjugal se um homem do Pau Miúdo se cassasse com uma mulher da Curva Grande? Qual o melhor lugar para se viver com paz e tranquilidade: o Beco da Agonia , o Largo dos Aflitos ou o Beco das Quebranças? Cômicos, esdrúxulos e bizarros, todos esses nomes remetem logradouros públicos de Salvador, muitos deles rebatizados pelo costume popular em trocar nomenclaturas pomposas e oficiais por denominações mais fantasiosas, temperadas com a sátira e irreverência, desde os tempos da Velha Bahia.
Não importa se, no local, moram mulheres voluptuosas, como as rechonchudas da pintura renascentista, ou esqueléticas como uma top model radical, mas o Beco das Gostosas existe mesmo. Quem duvidar, basta passar em uma pequena transversal entre a Rua Professor Palma e os Perdões, em Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador. Já o Beco do Mijo é como o povo rebatizou, por motivos óbvios, a Rua Curriaxito, entre o antigo prédio do jornal A Tarde e o Espaço Unibanco Glauber Rocha, na Praça Castro Alves. Ali se mija a toda hora, com muita desfaçatez e completa certeza de impunidade, numa cidade em que a Prefeitura prometeu multar e prender os mijões, mas até agora não conseguiu impedir a prática anti-higiênica e lamentável de urinar nas ruas.
A Curva Grande é uma ladeira. com acentuado declive e sinuosa, que liga o bairro do Garcia à Avenida Centenário no centro da cidade. O Pau Miúdo é um bairro populoso da periferia. O Largo dos Aflitos fica próximo ao Quartel do Comando da Polícia Militar, próximo à Rua Carlos Gomes. Já a Rua Corpo Santo é vizinha a um antro da perdição, como se dizia à moda antiga, a Ladeira da Montanha, que já abrigou os mais bordéis mais famosos da cidade, como de Samira e o 63 da cafetina China.
O turista que se dispuser a dar um passeio pelas ruas da cidade vai encontrar outros nomes estranhos: ladeiras do Molambo, da Misericórdia, da Preguiça e da Água Brusca; becos do Fuxico, do Funil, dos Barbeiros, do Mocotó e do Mingau, Largos do Desterro, do Curtume e dos Quinze Mistérios; ruas do Açouguinho, dos Algibebes, da Forca, da Faísca e Guindaste dos Padres, dentre outras.
Pela Rua da Forca (acesso à Praça da Piedade, vejam só a ironia histórica!), ainda nos tempos da Colônia, passavam os sentenciados que iam ser enforcados no prédio da Câmara e da Cadeia, na Praça Municipal. No Pelourinho, Centro Histórico, fica a Rua das Laranjeiras, que tem uma história curiosa: nela morava um padre devasso, que suspeitava ser espionado por alguém que se escondia nas laranjeiras de seu quintal. Certa noite, o padre resolveu cortar as árvores e se deparou com o bisbilhoteiro de plantão.
Outro nome que atiça a imaginação popular é a Rua do Tira Chapéu, antes Rua Juliano Moreira. Como fica entre o Palácio Rio Branco, antiga sede do Governo do Estado, a Prefeitura e a Câmara, o povo humilde se habituou a tirar o chapéu para as autoridades e o hábito virou nome de rua.
População mudou os nomes das Avenidas de Vale
As Avenidas de Vale também tiveram seus nomes modificados. Tanto que muitos baianos da capital não sabem onde ficam as Avenidas Afrânio Peixoto, Presidente Castelo Branco, Reitor Miguel Calmon, Luiz Viana Filho, Mário Leal Ferreira, Coronel Graça Lessa e Rua Lafayette Coutinho, mas todos sabem responder se perguntarem, respectivamente, pela Avenida Suburbana. Vale de Nazaré, Vale do Canela, Avenida Paralela, Vale do Bonocô, Vale do Ogunjá e Avenida Contorno.
Cantada por Ari Barroso, a Baixa dos Sapateiros, por onde desfilou "a morena mais frajola da Bahia", chama-se, oficialmente, Rua J. J. Seabra, mas poucos baianos sabem disso. Há outros topônimos que também despertam o imaginário dos soteropolitanos: Rua do Tijolo, Água de Meninos, Estrada da Rainha (pela qual, segundo o historiador Cid Teixeira, nenhuma soberana jamais passou), Campo da Pólvora, Mouraria, Alto do Coquerinho, Baixa do Fiscal, Ladeira da Lenha, Rua do Fogo e Largo do Queimadinho, dentre outros.
Todo esse terreno fértil para a imaginação levou o jornalista e pesquisador Luiz Eduardo Dórea a escrever o livro História de Salvador nos nomes das suas ruas, publicado em 2006 pela Editora da Universidade Federal da Bahia. Ah, sim, para ruas que despertam pensamentos pecaminosos, como o Beco das Gostosas, há a Rua do Céu. na Ribeira, próximo à Igreja do Bonfim. Pecado e confissão no espaço urbano de Salvador.

sábado, 17 de setembro de 2011

Livrar (se)























"A gente publica um livro para livrar-se dele" - Jorge Luis Borges.

Baseado nesta frase, eu passei a entender a minha impaciência em não ter me livrado de dois livros já prontos! Estava certo Borges. Não vejo a hora de me ver livre deles. É como se fosse nos tempos medievais, em que você procurava jogar fora, mais que depressa, tudo que ganhasse de alguém com suspeita de lepra ou mais menos isso, acho.

Bom fim de semana!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sartriando





















“O homem é, inicialmente, um projeto que se vive como sujeito, e não um musgo, um fungo ou uma couve-flor; nada existe anteriormente a esse projeto; nada existe de inteligível sob o céu e o homem será, antes de qualquer coisa, o que ele tiver projetado. Não o que vai querer ser, pois o que entendemos ordinariamente por querer é uma decisão consciente que, para a maior parte de nós, é posterior ao que fizermos afetivamente de nós mesmos. (...) Mas se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Assim, a primeira decorrência do existencialismo é colocar todo homem em posse daquilo que é, e fazer repousar sobre ele a responsabilidade total por sua existência.” Satre, J-P. O Existencialismo é um humanismo. Petrópolis: Vozes. p. 26.

domingo, 11 de setembro de 2011

Entrevista com a Primeira Pessoa











Gente, eu entrevistei esses dias - de muita chuva- a Primeira Pessoa. Quero deixar claro que eu sou um grande fã dela. Ah, eu fui instigado por um depoimento do cronista, poeta e escritor, Enzo Potel em sua coluna. Assim, decidi procurá-la para um bate papo.

Com vocês, a Primeira Pessoa.

Hélio: O que você diz sobre aqueles que preferem a sua prima Terceira Pessoa a você?
Primeira Pessoa: Lamento por aqueles que me preterem. Eles são preconceituosos. É como se EU fosse parte de uma minoria sem eira nem beira. Lamentável.
Hélio: Mesmos os escritores renomados tem preconceito com você?
Primeira Pessoa: Alguns. É como se fossem pais de criação do início do século passado, onde os filhos de criação não tinham as mesmas regalias e dormia fora da casa.
Hélio: Você se sente um largado, então?
Primeira Pessoa: Não é assim. Eu sei que existem muitos outros escritores que me preferem. E bons escritores, principalmente, os poetas.
Hélio: Você ser refere ao outro primo, o Fernando Pessoa? O que você acha dele?
Primeira Pessoa: Boa pessoa. (risos)
Hélio: E o que você acha da Terceira Pessoa?
Primeira Pessoa: Distante. Uma coisa sem proximidade com o leitor. Sem calor, sabe. Mas fica chato estar falando de alguém “ausente”, né mesmo? (Risos)
Hélio: A propósito, o que você achou das declarações do escritor e poeta Enzo Potel, sobre ele ter preconceito de você?
Primeira Pessoa: Corajoso. Mas, convenhamos, o Enzo é uma espécie de encantador de letras, então não podemos criticá-lo, pura e simplesmente. Eu não o condeno, sabe, porque um dia ele vai me usar. Você verá.
Hélio: Um pensamento ou uma frase, para fechar.
Primeira Pessoa: Se eu fosse ele, ele jamais quereria ser eu.

A mulher sem orifício do Chico

Gente, muito interessante a critica escrita por Joana Gouvêa, que encontrei no blog de Luis Nassif e que foi postada por Carlos Souza. Joana é de Juiz de Fora, MG, e defende seu ponto de vista, sobre a música Querido Diário, do novo CD de Chico Buarque e que foi ferozmente exprobrada pelos “críticos” da revista VEJA. Aqui vai a resenha:

------------------------------------------------------

"Querido Diário – Chico e a Mulher sem Orifício: minha singela opinião. Publicado em 10/07/2011 por Joana Gouvêa (http://joanagouvea.wordpress.com/2011/07/10/querido-diario-chico-e-a-mulher-sem-orificio-minha-singela-opiniao/)

A horrenda “Veja caiu de pau no novo CD do Chico, desclassificando o compositor e anunciando sua inexorável decadência artística, eis que ele já não seria mais o mesmo. O velho Chico teria perdido o talento de traduzir as emoções femininas e, para preservar pobremente a rima (olha ela aí!), teria optado por achincalhar a mulher, na sua nova canção “Querido Diário”:

(…) Hoje pensei em ter religião / De alguma ovelha, talvez, fazer sacrifício / Por uma estátua ter adoração / Amar uma mulher sem orifício(…).

As meninas do Saia Justa, exaltadíssimas, revoltadíssimas, tucanéssimas, quase tiveram um ataque. “Como assim, sem orifício? Isso é um absurdo, me senti mal, me senti constrangida. Poxa (assim mesmo: poxa), logo ele… Será que envelheceu, será que perdeu o tom?

A música carro-chefe do próximo CD do Chico, a ser brevemente lançado, a meu ver fala mais é da angústia de viver num mundo tão agressivo. E, nele, ter que conviver entre o ceticismo e a crença, entre o ateísmo e a fé. Crença ou não, fé ou não, no ser humano, no homem – particular ou coletivo, que nos rodeia. E em nós mesmos. E, frente a essa angústia, crença ou não, fé ou não, no transcendente, no sentimento impalpável e obscuro: “(…)dizem pra eu ter muita luz, ficar com Deus / eles têm pena de eu viver sozinho(…)De volta a casa na rua / Recolhi um cão / Que de hora em hora me arranca um pedaço(…)/ Hoje o inimigo feliz veio me espreitar(…)Mas eu não quebro não / Por que sou macio”.

Ora, afora a melodia, típica dele (e que nos conforta pelo sentimento de reencontro) é certo que essa não é, definitivamente, uma canção de amor. Chico não fala do amor romântico ou da mulher amada. Chico elabora sobre a angústia da existência, e faz poesia sobre a necessidade de um refúgio: os deuses. Ou a deusa cristã: Maria. Ou, ainda, qualquer Santa. Alguém que, para além de nosso cotidiano imediato, possamos amar sem intenções, digamos, mais primárias e objetivas. Ou como diriam os homens - nossos homens – intimamente: sem primeiras intenções.

Evidente que amar uma mulher sem orifício – em se tratando de transcendência – é o mesmo que amar um homem sem falo, não?

Ou alguém cogita rezar com um dos olhos sorrateiramente aberto para especular sobre a virilidade da imagem estatuada de Jesus?

Me poupem.

Quanto à rima, a que os homens cheios de Viagra e as mulheres cheias de mágoas se prendem, como se o destino de tudo fosse cair no mesmo buraco, um alerta: Chico continua o mesmo.

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem, manhã parece carece de esperar também, para o bem de quem tem, bem de quem não tem vintém, é rima fácil? A princípio sim: pedreiro/penseiro; trem/também; carece/parece; bem/quem/tem/vintém.

Fácil para ele, cara pálida, que possui intencionalidade lírica, e jamais pensaria em soluções simplórias, apenas para finalizar um verso inacabado. Fácil para ele, que dá sentido às palavras – simples ou inusitadas. E as transforma em poesia.

Mas para o Chico, difícil mesmo, impossível até, é afagar o ego de gente que possui economia de senso estético. Para essa gente, seria mais coerente ele dizer, por exemplo, que o sacrifício seria amar uma mulher difícil, ou que pulou do edifício, ou que perdeu o dentifrício, ou que provocou um genocídio.

É gente que pensa – desculpem a rima – por um só orifício.

É certo que tudo o que é novo causa estranhamento. É preciso ouvir mais de uma vez, até que nossos ouvidos (orifícios auriculares) se acostumem; e nossos sentidos de harmonia creditem todas as sensações que pulsam; e nosso corpo sinta a obra que se expõe.

Isso se dá no cinema, no teatro, na ópera, no balé, no livro que iniciamos, na música que ouvimos, no circo. Até o quadro, que já vem pronto, não pode ser apreciado entre intervalos: ele necessita de tempo.

Portanto, não me venham dizer que o Chico perdeu a rima. Chico acaba sempre se impregnando na nossa memória, e fica na gente recorrentemente marcado como uma tatuagem.

Caso contrário, eu vou começar a questionar seriamente “esse coqueiro que dá coco”.

P.S.: onde eu também amarro minha rede, nas noites claras de luar."


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Socorro seu Noé!












Lamentavelmente, tudo indica que vai encher mesmo aqui em Itajaí e pode ser que seja uma enchente maior que a de 2008! Quatro cidades  já estão estado de emergência!

Até quando? Onde está a barragem para acabar com essa situação? Todos os anos é a mesma coisa. O governo estadual não se coça para fazer alguma coisa para estancar essa sangria desatada?  Política, seu burro! Ah, tá. Então acho melhor é contar com a familia Noé e pedir que nos salvem dessa.

Fecham-se as cortinas

Glub, glub, glub!













Pessoal, mais uma vez piso em terras itajaienses e só vejo água. Parece mais uma rotina: vou para Itajaí, pode esperar, vai ser chuva na certa!

Gente, este clima também está maluco ao redor do planeta. Na Pensilvânia, USA, por exemplo, a coisa tá mais molhada que cueca de obeso. São mais de cem mil - é mais da metade da população papa-siri!, fugindo das águas, das enchentes.

Só espero que as nuvens que estão sobre o vale do Itajaí sigam pro marzinho de Iemanjá, mais que depressa. Já não aguento de tanta água, pessoal.

Faço um apelo ao meu xará, Mr. Hélio, conhecido também como Mr. Sol, que apareça para curtimos sua presença acompanhados de muitas loirinhas bem geladas.

Glub, glub, glub, pra vocês!

"Dos que desprezam o corpo"





















"Aos que desprezam o corpo quero dizer a minha opinião. O que devem fazer não é mudar de preceito, mas simplesmente despedirem-se do seu próprio corpo, e por
conseguinte, ficarem mudos." - (Assim falava Zaratustra - Dos que desprezam o corpo - Friedrich Nietzsche)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vamos comemorar!
















Hoje, 6 de Setembro é o dia do Sexo, então todos estão convidados a comemorar de um jeito ou de outro(s). Ao trabalho, pois!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Dicas Literárias























"Nada Vale Nada"

Autor: Cavas Tuddy. O autor, nasceu em um pequeno lugarejo bem longe de tudo e de todos. Este foi o seu 120º romance. Publicado a contra gosto do editor, aliás, sua mãe, por quem Tuddy nutria uma paixão quase culinária.

Tema: Conta a história de Nada, que queria ser alguma coisa, mas nunca chegou a nada na vida e seguiu procurando o cálice sagrado da magia negra.

Por que ler: Pela fragilidade da narrativa, pobre em tudo. Um personagem que vale o quanto pesa suas palavras vazias e sem ritmo: Nada!

Preste atenção: Em como o autor é mesmo um zero a esquerda durante essa frágil narrativa, ou seja, Nada é Nada todo o tempo!

Trecho: “Fui andando sem querer ver o que se seguia a minha frente, a minha lateral direita, a minha lateral esquerda e atrás de mim, mas sabia no fundo que não havia absolutamente nada em canto nenhum, nem mesmo nos meus longos cabelos, que se deterioravam a medida em que eu os coloria de louro com uma hena vagabunda produzida no Paraguai.” (pág. 890)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma verdadeira reporcagem


Gente, a cada dia eu vejo que o poder midiático tem feito muito mal a nossa recente democracia. Os Marinhos, os Mesquitas, e os Civita, fazem o que querem bem na cara de todos e fica por isso mesmo. É preciso ter muito rabo preso com essa gente, para não fazer uma regulamentação como foi feita, corajosamente, pela presidenta da Argentina, Christina Kirchner. Agora, a revista Veja, passou dos limites, se ingendrando no campo das ilegalidades, com atividades pra lá de sujas. Não é possível que os seus leitores não vejam o quanto esta publicação deixou de ser exemplo de bom e imparcial jornalismo. Faz tempo que não sei o que é uma página desse arremedo de revista e, lamento, ter gente que faz parte de minha amizade que ainda acredita nela, como se fosse a bíblia sagrada do jornalismo nacional. Lamentável. Aproveito para postar um artigo que saiu no blog de Rodrigo Vianna, Escrevinhador.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------

Caso Veja e Dirceu: se for crime, puna!

publicada quinta-feira, 01/09/2011 às 10:48 e atualizada quinta-feira, 01/09/2011 às 10:48


Se for crime, puna!
Editorial do jornal
Brasil de Fato
Bom seria se, seguindo o exemplo vindo do Reino Unido, o país aproveitasse para reexaminar o papel e regulamentação da mídia, visando fortalecer nossa democracia
Há poucos meses ficou provado que o tabloide News of the World, de propriedade do australiano Rupert Murdoch, um magnata das comunicações, há anos promovia escutas telefônicas ilegais de pessoas influentes na política britânica. Por causa da prática criminosa o seu proprietário teve que fechar o tabloide, prestar esclarecimentos no parlamento e viu alguns diretores e jornalistas da empresa serem presos. O pedido de desculpas do magnata e todo seu poderio econômico e político foram insuficientes para evitar sua condenação na opinião pública. O escândalo, com repercussão mundial, fez com que a população continuasse exigindo a punição dos responsáveis pelo crime e que o país promova um reexame amplo do papel e da regulamentação da mídia no Reino Unido.
Nessa semana, aqui no Brasil, a revista Veja, da Editora Abril, está nas bancas com uma matéria de capa acusando o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, como sendo o poderoso chefão, dentro do PT e que conspira no governo Dilma. O conteúdo da reportagem não vai além do estilo panfletário e completamente dissociado da verdade, como costumeiramente a Veja trata todas as organizações que divergem da concepção político-ideológico da família Civita, proprietária da revista. A reportagem não tem um fiapo de informação, é só opinião, como afirma o jornalista Paulo Henrique Amorim. Não merece credibilidade uma vez que, como é sabido, a Veja mente.
Mas a forma como a reportagem foi construída merece sim a atenção da opinião pública brasileira. Como está registrado em Boletim de Ocorrência (BO) numa delegacia de polícia da Capital Federal, o repórter da revista tentou invadir o quarto do hotel onde Dirceu se hospeda.
Talvez agora a Veja saiba a diferença entre as ações de invadir e de ocupar. Tudo indica, ainda em investigações preliminares, que para ilustrar o que chama de reportagem, o jornalista instalou ilegalmente uma câmera para obter imagens dos hospedes e freqüentadores do hotel. Não há limites ao escárnio com que a semanal dos Civita trata o Estado de Direito. O sentimento de completa impunidade lhe permite praticar um jornalismo que confabula com a ilegalidade.
A mídia em geral, em colusão com a prática criminosa da revista, não dedicou uma linha para informar a opinião pública do fato ocorrido. Uma abismal diferença de quando houve a quebra do sigilo da declaração de imposto de renda de um político tucano. Essa é a liberdade de imprensa defendida pelos proprietários dos meios de comunicação. Liberdade para filtrar os acontecimentos, amplificando ou escondendo os fatos, de acordo com seus interesses próprios.
A ficha corrida da Veja é tão extensa quanto de longa data. Um grupo empresarial que cresceu sob a sombra protetora da ditadura militar, tanto aqui quanto na Argentina. Que não hesita em atacar a honra das pessoas, da forma mais vil, para atingir seus objetivos, como fez com o delegado da Policia Federal Paulo Lacerda, responsabilizado, nas páginas da revista, por ter grampeado os celulares do então presidente do STF Gilmar Mendes, e alguns parlamentares. Em momento algum apareceu o áudio dessa gravação ou qualquer outra prova de que havia ocorrido o grampo. Lacerda perdeu seu cargo na Policia Federal, a revista e seus capangas– usando palavras de um inflamado discurso do Ministro do STF Barbosa – da mentira montada permanecem completamente impunes.
O próprio presidente Lula foi vítima do exercício da mentira nas páginas da publicação do Grupo Abril. Hora o acusaram de ter vínculos econômicos com as Farcs, grupo revolucionário da Colômbia, hora de ter contas secretas em paraísos fiscais. Novamente, nada foi provado e repetiu-se a impunidade.

Até quando a população brasileira vai ser desrespeitada por essa forma de fazer jornalismo da família Civita? Quantas vezes ainda veremos essa revista abrir sua caixa de maldades, durante um processo eleitoral, às sextas-feiras, para abastecer o Jornal Nacional da Rede Globo e tentar influir determinantemente no resultado eleitoral, sem que as autoridades tomem quaisquer providências? A palavra está com quem tem o dever de apurar e, se comprovado, punir as práticas criminosas, inclusive as da mídia.

Bom seria se, seguindo o exemplo vindo do Reino Unido, o país aproveitasse para reexaminar o papel e regulamentação da mídia, visando fortalecer nossa democracia. Daquele país, em artigo de Martin Wolf publicado no Financial Times, vêm indicativos da necessidade de rever as leis de privacidade e difamação; regulamentação da imprensa; concentração da propriedade por veículos e sobre diferentes mídias; papel da mídia pública; financiamento público da mídia em geral e da produção de notícias em particular. Já seria um começo a ser seguido pelo nosso país. Se a distância ou a língua britânica servem de empecilho junto às autoridades, por que não seguir o exemplo da vizinha Argentina com sua Ley de Medios? Com a palavra o Ministro das Comunicações. Mas antes, com palavra o Ministro da Justiça, no caso da tentativa de invasão de um quarto de hotel na Capital Federal.

Leia outros textos de Outras Palavras